O Verdadeiro Rei do Gado
Garcia e Zé Matão
Eu soube de uma notícia
Que até meu corpo estremeceu
Num bar grã-fino de Ribeirão Preto
Foi que esse fato aconteceu
Um peão entrou num bar
Bebeu uma pinga e resolveu
Mostrando que era rei do gado
Desacatou quem não mereceu, ai, ai, ai
O peão falou bobagem
O povo com medo não respondeu
Ele encontrando tanta fraqueza
Julgou ser grande e se convenceu
Mas antes de ir embora
Um Dodge Dart apareceu
Em frente o bar deu uma freada
Fez arrastar os quatro pneus, ai, ai, ai
O chofer abriu a porta
Um cidadão do carro desceu
Metido dentro de um bombacho
Em volta dele o povo ferveu
O peão num traje mesquinho
Na sua frente empalideceu
Tinha contado tanta grandeza
Mas nesta hora ele emudeceu, ai, ai, ai
Vendo o peão fracassado
Aquele homem lhe ofereceu
Sente comigo aqui nesta mesa
Não arrepare do traje meu
Meu sobrenome é Andrade
Vou explicar se não compreendeu
Que até o momento aqui no Brasil
O rei do gado está sendo eu, ai, ai, ai
O peão envergonhado
Do nome que se prevaleceu
Largou a champanha em cima da mesa
Pediu desculpas e não bebeu
O povo deu uma vaia
Para um exemplo aquilo valeu
Que o verdadeiro rei do gado
Pegou seu carro e a viagem rompeu, ai, ai, ai
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