O Céu É o Meu Chão
José Briamonte
Minha alma é triste
Como o chão deste cerrado
Que se estende desolado
Por mil léguas de silêncio e solidão
E onde a mulher
Que tem o meu sonho acorrentado
Nem parece dar cuidado
À grande mágoa que me vai no coração
Amor, meu tormento
Meu céu é meu chão
Onde só se ouve o vento
Gemendo de paixão
Amor, minha mágoa
Que nada desfaz
Este pranto sem água
Esse canto sem paz.
Ah! Se ela, enfim
Sentisse nela de repente
Que ela cala, mas consente
Que ela sente que eu só quero os braços seus
E um dia assim
Como quem faz porque acontece
Num abraço ela me desse
A esperança de poder dizer-lhe adeus
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