Tic-tac
Mocho
Se me fico
E não me dou ao trabalho de virar
O ponteiro
Tic tac, tic tac, tic tac
E deixo que me caia a solidão
Que esta me tome, e dou à corda
Tic tac, tic tac, tic tac
É um punhado de areia
Que vai caindo para o outro lado
E prometo que um dia vai rebentar
Tudo o que tenho para dar é terno
E prometo que um dia vai rebentar
Como Dante atravesso o limiar do inferno
O tempo não pára
No meu coro eu sou recluso
Na minha orquestra não sou mais maestro
E amanhã é o dia que rebento
Que mato o alento e paro
E tudo o que tenho para dar é terno
Não houve mais movimento
Ficamos gravados no momento
E prometo que um dia vai rebentar
Tudo o que tenho para dar é terno
E prometo que um dia vai rebentar
Como Dante atravesso o limiar do inferno
A corda parou
Tic tac, tic tac
Nem que as asas caiam
Nem que as asas queimem
Nem que as asas caiam
Nem que as asas queimem
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