Cantigas
Os Fronteiriços
É um grito que da terra se levanta
Pela garganta do minuano a soluçar
Nessa cantiga crioula que se canta
Anda querência sozinha a galopar
Alma perdida do gaúcho que se foi
Rincão afora estradeando a solidão
Ouço os gritos de saudade de êra boi!
Que brota do meu fogo de chão
As melodias em reponte com meu grito
Andam perdidas pelo mundo das estâncias
Céu azul espichado ao infinito
Alumiando a cumeeira dos galpões
São carretas vadiano o cambalaço
Assoreado dos bois, triste cantiga
Velhos deixos de ventos sobre os rastros
Ante a fúria do minuano que castiga
Esperança que fugiu e que se vai
Sumindo no horizonte lentamente
O murmúrio que se ouve da vertente
Da velha sanga derramando no Uruguai
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